terça-feira, 23 de outubro de 2012

VW Santana

Volkswagen Santana e sua História

O Santana é uma variante da segunda geração do Passat na Alemanha. Este veículo, assim como outros projetos da linha VW/Audi, compartilhava sua plataforma com a segunda geração do Audi 80 de 1979, com diferenças sutis tanto no estilo quanto na tecnologia empregada.
Nas suspensões, era adotado o esquema "francês" de molas, com muitos elos, beneficiando o conforto em detrimento do comportamento dinâmico. O Santana, quando comparado com seu antecessor Passat, mostrava-se um tanto confortável, mas perdia boa parte da "vivacidade" e agilidade que caracterizaram o modelo de 1973. Porém, quando comparado com seu maior concorrente na época, o Chevrolet Monza, apresenta-se pouca coisa mais estável, porém, bem menos confortável.
Este é um modelo Do santana 4 portas de 1989 com motor A.P. 2.0
A suspensão dianteira era do tipo McPherson e a suspensão traseira passava a adotar o mesmo conceito do Golf/Polo, com eixo traseiro de torção, mantendo o raio negativo de rolagem. A suspensão traseira trazia um bem-vindo efeito de estressante, pouco ou nada notado em situações extremas, devido isso ao uso de buchas "inteligentes", cuja deformação nas curvas foi calculada de maneira a não permitir divergência da roda externa ou de apoio.


Em Abril de 1984 a VW apresentava as primeiras séries especiais: a primeira foi o Passat GTS (grand tourism sport), equipado com o motor 1.8 com injeção eletrônica Bosch K-Jetronic. Alcançava velocidade máxima de 152,2 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em apenas 16,9 segundos. Tinha caracterização própria, com spoilers, bancos Recaro e rodas aro 13 com pneus 185/70. Neste mesmo ano, a VW do Brasil colocava o Santana no mercado, nas versões CS (Comfort Silver), CG (Comfort Gold) e CD (ComfortDiamond).
Santana 89 A.P. 2.0

No Brasil


O Santana, por sua, vez escorava-se no sucesso do Passat, que teve a missão de apresentar ao público brasileiro todos os atributos da mecânica Audi/VW refrigerada a água. Assim como na Alemanha, o Santana surgia como uma evolução natural do Passat: mantinha os atributos básicos (qualidade, durabilidade, confiabilidade), entretanto, o padrão de acabamento e o nível de equipamentos do Santana, não o faziam compatível com seus concorrentes da GM.Teve como principal concorrente o Chevrolet Monza, derivado do Opel Ascona alemão. Este teve maior sucesso no mercado brasileiro, não necessariamente por ser um produto melhor, mas sim por se apoiar na já tradicional imagem de veículos de luxo da General Motors, inaugurada pelo excelente, mas já muito antiquado Chevrolet Opalalançado em 1968 e que ainda se mantinha firme no mercado.
O Santana, juntamente com o Monza, foram grandes adversários na década de 80. Foi lançado em 1984 nas versões CS, CG e CD, em ordem crescente de acabamento. Completo, vinha equipado com rádio toca-fitas, rodas de liga-leve, bancos especiais, vidros e travas elétricas, direção hidráulica progressiva, ar-condicionado, câmbio automático (estes tres últimos itens opcionais na versão topo de linha CD) e acabamento exclusivo de boa qualidade.
Pequenas porém significativas alterações mecânicas surgiram desde o lançamento até 1987, como alterações no câmbio (mais curto, para melhorar o desempenho) e a adoção dos motores AP contribuíram para o pequeno aumento nas vendas. 1987 também foi ano em que ocorreram as primeiras alteraçôes de estilo na linha: os para-choques passaram a ser integrais, idênticos aos utilizados pela linha alemã do Passat desde 1985. Novas nomenclaturas foram ulizadas para diferenciar as versões C, CL, GL e GLS, sendo que a primeira era um truque da Volkswagen para pagar menos impostos e utilizada ao vender unidades do modelo CL sem opcionais, que era equivalente ao antigo CS. O GL era equivalente ao antigo CG e tinha uma imagem ligeiramente mais esportiva que os demais. Nos primeiros anos foi vendido somente com motorização a alcool. A versão de 4 portas foi fabricada somente em 1987 e seu acabamento mais simples quando comparado ao GLS, porém com o mesmo nível de equipamentos, diferenciava-o da versão top-de-linha.
O GLS conservava o padrão de acabamento e equipamentos do CD, porém a direção hidráulica passou a ser de série. Esta versão era facilmente diferenciada das demais pelos faróis de neblina junto aos faróis principais e pelos piscas situados no para-choque. Entretanto, como o Monza ainda se mostrava superior em desempenho devido a opção de motorização 1.8 e 2.0, a Volkswagen deu o troco lançando o Santana 2000, que vinha com os mesmos 110 cv do rival da GM, embora o desempenho ainda fosse menor que o carro da GM. Isso somado ao acerto mais firme da suspensão, conferia uma dirigibilidade menos confortável a linha Santana e Quantum. Apesar as constantes alterações na linha o período de 1987-1990, foi uma época de pouca ascensão no mercado para o Santana.
O Santana Executivo (EX), foi o auge dos investimentos da Volkswagen . Série limitada, fabricada de 1990 a 1991, com motor 2,0 a gasolina, injeção multiponto analógica Bosch LE-Jetronic e potência bruta de 125cv. Chegava semanas depois do Monza 500 E.F., seu concorrente direto, sobre o qual levava uma vantagem: adotava ignição mapeada e sensor de detonação, permitindo alta taxa de compressão (10:1). O Executivo era oferecido em apenas três cores (preto, vermelho e azul, posteriormente vinho) e trazia elementos próprios.
Por fora, spoiler traseiro com terceira luz de freio integrada, grade exclusiva (como a dos últimos modelos alemães), pára-choques com pintura parcial na cor da carroceria, lanternas fumês, antena de teto traseira, frisos e logotipos na cor cinza (abolindo os cromados que vinham em excesso no GLS) e rodas raiadas BBS de 14 pol, que podiam vir em prata ou dourado, estas de estética bastante discutível.
Uma ampla reestilização era necessária, o que ficou mais claro com a discutivel reforma estética do Santana nesse ano. Inspirada no Passat alemão, no cupê Corrado e no Audi 200 Quattro (até nas rodas), a VW brasileira desenvolveu a mais extensa reformulação já vista no carro, que chegou às ruas em abril do ano seguinte (a Quantum só viria em 1992). Do modelo anterior restavam apenas a estrutura básica, o assoalho, a mecânica e as portas, apenas duas de início. Todo o resto da carroceria era novo, passando por teto, pára-brisa, vidros laterais e posterior, frente e traseira. Estava 4,5 cm mais longo e 1,5 cm mais alto. As linhas eram bem integradas aos modelos europeus do grupo VW e a abertura do porta-malas -- cuja capacidade crescia em 40 litros -- chegava ao pára-choque.

Em agosto a Autolatina, associação Ford/VW criada em 1987, apresentava seu segundo modelo híbrido, ou clone: o Versailles, um Santana reestilizado e com o emblema da Ford, a estratégia era oferecer o Versailles como um produto mais voltado ao luxo, enquanto o Santana seria oferecido como um modelo ligeiramente mais esportivo, a fim de não criar tanta concorrência interna e voltar os produtos à mercados diferentes.Não havia mais calhas no teto (que o Monza conservava), mas os quebra-ventos continuavam lá: uma economia que perderia o sentido mais tarde, com sua remoção em 1998. Mesmo assim o Cx baixava de 0,41 para 0,37, medido no túnel de vento da matriz alemã. Dentro havia um novo e elegante painel, com instrumentos em três módulos como no Passat europeu, iluminação alaranjada e velocímetro eletrônico, sem cabo, além de encostos de cabeça vazados.


Santana 1994 
Por fora, o Versilles realmente passava uma imagem de luxo, apoiado nas tendências de estilo da Ford americana na época, este mostrava linhas mais retilíneas que o Santana, porém mais sóbrias e conservadoras. Por dentro, o design do painel e dos bancos, assim como o nível de qualidade nos materiais empregados apagava qualquer imagem de luxo.
Os bancos do top de linha Ghia, por exemplo, eram os mesmos das versões básicas porém com revestimento diferente. Enquanto isso, o Santana GLS, top de linha da Volkswagen usava exlusivos bancos Recaro. O volante de quatro raios do Santana dava lugar a um antiquado, de dois raios apenas, e não havia apoio de braço central no banco traseiro. Ainda, os comandos de ventilação eram os mesmos dos Santanas antigos, os instrumentos estavam fora do padrão Ford e não havia o acabamento esmerado do Del Rey, que ele substituía. O resultado foi que o carro nunca fez sucesso, era um estranho nas concessionárias Ford, a exemplo do que ocorrera nas da VW com o Apollo, Logus e Pointer.
Santana 1994
Embora o mercado nacional já fosse favorável a carros de luxo de quatro portas, esta versão do Santana e do Versailles chegava apenas em outubro, no modelo 1992, junto de uma inovação no Brasil: o sistema antitravamento de freios (ABS) como opção nas versões de topo. Outras novidades eram rodas raiadas do tipo BBS para o Santana GLS e o catalisador no sistema de escapamento, adotado em toda a linha Autolatina para atender a novas normas de emissões poluentes ditadas pelo Proconve.
Painel Original de um Santana 1994/1994
Novas evoluções vinham em 1996: grade inspirada no Passat alemão, tanque de combustível em plástico polipropileno, cintos dianteiros com regulagem de altura, correia do tipo poli-V (com acionamento integrado dos componentes do motor), ar-condicionado com gás R134a (inofensivo à camada de ozônio se liberado por qualquer motivo) e uma versão para gás natural com kit de conversão da empresa Silex, que o tornava bicombustível .
Já com 12 anos de mercado, a carreira do Santana começava a entrar em declínio. Desde então não houve mais alterações mecânicas: apenas retoques estéticos e trocas de versões, aliados a uma gradual redução de preços para mantê-lo competitivo em um mercado modernizado, protagonizado pelo Vectra de segunda geração, substituto oficial do Monza, que já tinha vestido o pijama no mesmo ano, mesmo mostrando-se competitivo no mercado. A estratégia da Volkswagen funcionou: em 1996 foram 41.134 unidades vendidas (mais 11.898 Quantums), segunda melhor marca em sua história.
Santana 1994 Motor MI
Em 1997 a nomenclatura do Santana passava a 1.8 Mi, 2000 Mi (básicos), Evidence (considerada esportiva pela VW, com spoiler traseiro e volante do Gol GTI) e Exclusiv (de topo). Em maio de 1998 os pára-choques e lanternas eram modificados, tornando-se um tanto "lisos" para as formas retilíneas e já ultrapassadas do carro, desapareciam os quebra-ventos e havia imobilizador eletrônico do motor, novo volante de quatro raios, painel iluminado por luz verde, hodômetros digitais e interruptor de faróis rotativo. Em dezembro a versão Evidence desaparecia e em maio de 1999 surgia a oferta de módulos de opcionais, restando a opção entre motor 1,8 e 2,0 e acabamento básico ou Exclusiv. Na linha 2001 eram inseridos os módulos Comfortline e Sportline e desaparecia a trava adicional (e desnecessária) na alavanca para engatar a marcha à ré. Para 2002, apenas novos revestimentos internos. No mesmo ano a Quantum era descontinuada e, em maio de 2006, o Santana enfim despedia-se do mercado. Este final de vida foi um período de decadência, de carro de luxo a modelo voltado para os taxistas e frotistas, com sucessivas quedas de vendas, além de certa obsolescência, marcaram o fim da carreira do Santana.
Versões do modelo
Este já é o Modelo 2006
  1. CL
  2. CLI
  3. GL
  4. GLI
  5. GLS
  6. GLSI
  7. MI
  8. 2000 MI
  9. As versões com injeção eletrônica foram adicionada a letra "I" que as diferenciava das versões com carburador.
  10. Sem contar as versões top que começou em "CS" Comfort Silver, "CG" Comfort Gold, "CD" Comfort Diamond, e as atuais pelas nomenclaturas "EX" Executivo e Sport até 1991, Evidence e Exclusive até 1999, e as ultimas versões Comfortline e Sportline até 2006.

Um comentário:

  1. eu tenho uma Quantum GLS 1989, modelo 1990 automática a alcool completa e não acho nem mesmo uma foto de uma automática na net. elas são tão raras assim?

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